A Secretaria da Saúde realizou a ação Dezembro Vermelho, com testagens rápidas para Hepatites B e C, testes de Sífilis e HIV, aferições de pressão arterial, testes de glicemia e orientações sobre as infecções sexualmente transmissíveis
No dia primeiro de dezembro foi celebrado o Dia Mundial de Combate à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), doença causada pelo vírus HIV. O diagnóstico precoce e o rápido início do tratamento reduzem as chances de complicações da doença. Com esta preocupação, a campanha Dezembro Vermelho promove a mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), chamando a atenção para a prevenção, proteção e a assistência às pessoas que vivem com o HIV.
Em Lages, a Secretaria Municipal da Saúde, através do Programa IST/Aids/HV,realizou uma ação nesta sexta-feira (10 de dezembro), na Praça Leoberto Leal, em frente à Vigilância Epidemiológica. O prefeito Antonio Ceron e o vice Juliano Polese acompanharam in loco as atividades. “A prevenção e a conscientização da população é sempre a melhor maneira de combater um vírus. Nós como Poder Público estamos fazendo nossa parte para levar a informação e o maior número de testes para garantir o tratamento adequado a quem precisar”, comenta o prefeito.
Durante a ação foram realizadas testagens rápidas para Hepatites B e C, testes de Sífilis e HIV, com apenas uma picada no dedo. Mas quem optou por não fazer o teste rápido, que dá o resultado em 15 minutos, pôde levar para casa o teste através do fluído oral.
Também foram realizadas aferições de pressão arterial, testes de glicemia e orientações sobre as infecções sexualmente transmissíveis, com distribuição de material educativo, preservativos, lanches, sucos e brindes à população. Em um cantinho especial às mulheres foram realizadas maquiagens e limpezas de pele, no intuito de melhorar a autoestima de cada uma das participantes.
Lages conta com 78 novos casos somente neste ano
Um aumento significativo de diagnósticos de HIV positivos em Lages acendeu um sinal de alerta entre as autoridades de saúde. Atualmente o Programa IST/Aids/HV atende 1.445 pacientes de Lages e região. Somente neste ano, até o mês de novembro haviam sido diagnosticados 78 casos novos. “Estamos fazendo ações em massa, ampliou-se a testagem na população, em universidades e empresas que nos solicitam, e isso contribui para o diagnóstico de novos casos, mas a grande maioria não sabe que é portador porque nunca fazem os testes rápidos. Importante lembrar que essas infecções não aparecem em exames de sangue normais, somente em exames específicos”, explica a coordenadora do programa, Elizandra Pereira de Andrade.
Testes e medicamentos gratuitos disponíveis o ano inteiro
Ações de prevenção e combate à Aids são intensificadas no Dezembro Vermelho, mas os serviços estão disponíveis à população durante todo o ano. O Programa IST/Aids/HV conta com uma equipe multidisciplinar que presta toda a assistência ao portador do vírus, desde a sua descoberta até o acompanhamento médico e ambulatorial durante o tratamento, com medicação gratuita disponível.
Pessoas com HIV que tem carga viral indetectável há mais de seis meses não transmitem o vírus. “As pessoas precisam entender que, ao ter um diagnóstico positivo é possível ter uma ótima qualidade de vida se manter a carga viral controlada fazendo o tratamento direitinho. O problema é quando a pessoa é portadora e ainda não sabe, pois além de não iniciar o tratamento, vai transmitindo para mais pessoas”, destaca Elizandra.
Ao longo do ano os testes rápidos são realizados dentro da estrutura do Centro de Testagem e Aconselhamento – CTA, respeitando a privacidade de quem procurar o teste. As testagens são disponibilizadas de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h no CTA. A partir de janeiro vai contar com duas salas de testagens, significando menos tempo de espera.
As Unidades de Saúde também oferecem a testagem, mediante agendamento, caso não seja possível ir até o CTA. “Nosso objetivo é mobilizar a população para fazer o teste e saber qual a situação de sua saúde e se o teste der reagente positivo, iniciar o mais rápido possível o tratamento”, comenta a coordenadora Elizandra.
Medicamentos de profilaxia pré e pós exposição ao vírus
Uma informação que muitas pessoas não sabem é sobre a distribuição de medicamentos inibidores do contágio de forma gratuita. Trata-se da PrEP – Profilaxia Pré-Exposição ao HIV, queé o uso dos medicamentos antirretrovirais antes da exposição ao HIV, reduzindo a probabilidade da pessoa se infectar com o vírus. A PrEP deve ser utilizada se você se encontra em alto risco de contrair o HIV.
A PrEP não é para todos e também não é uma profilaxia de emergência. Os públicos prioritários são as populações-chave, que estão sob maior risco e que concentram o maior número de casos de HIV no país: gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH); pessoas trans; trabalhadores/as do sexo e parcerias sorodiferentes (uma parceria sexual onde uma pessoa está infectada pelo HIV e a outra não).
Já a PEP – a Profilaxia Pós-Exposição é o uso de medicamentos antirretrovirais após um possível contato com o HIV em situações como: violência sexual; relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha), acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou em contato direto com material biológico).
Para que a PEP seja efetiva, ela deve ser iniciada logo após a exposição de risco, preferencialmente nas duas primeiras horas, e em até 72 horas; e o(s) medicamento(s) deve(m) ser tomado(s) por 28 dias. Você deve procurar imediatamente um serviço de saúde que realize atendimento de PEP assim que julgar ter estado em uma situação de risco de contato com o HIV. É importante observar que a PEP não serve como substituta à camisinha, o preservativo continua sendo o método mais indicado na prevenção de HIV e também outras doenças sexualmente transmissíveis.
Texto: Aline Tives
Fotos: Toninho Vieira