Lages está celebrando uma conquista na área da saúde com a recente certificação do Selo Prata de Boas Práticas rumo à Eliminação da Transmissão Vertical do HIV. O município recebeu reconhecimento por suas iniciativas desenvolvidas pela Prefeitura de Lages, por meio da Secretaria Municipal de Saúde.
A estratégia tem o propósito de certificar municípios com mais de 100 mil habitantes que tenham atingido os critérios e indicadores estabelecidos para diminuir ou eliminar a Transmissão Vertical do HIV, em conformidade com as diretrizes da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Um dos destaques desse trabalho é a busca ativa e acompanhamento de gestantes infectadas pela equipe multidisciplinar do Programa IST/HIV. O acompanhamento demonstra o comprometimento da Saúde Municipal em proporcionar o melhor cuidado possível para as gestantes, contribuindo diretamente para a redução da transmissão vertical do HIV.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, a transmissão vertical é a principal via de infecção pelo HIV na população infantil. No Brasil, ela representa cerca de 90% dos casos notificados de Aids em menores de 13 anos. Esse tipo de transmissão pode ocorrer durante a gestação, no trabalho de parto ou durante a amamentação.
O secretário de Saúde, Claiton Camargo, destaca que o município está empenhado na implementação de medidas eficazes de prevenção e tratamento do HIV. “Lages ainda registra número preocupantes em HIV. Queremos assegurar que a detecção seja uma realidade para todos, por isso, ampliamos o número de testes para HIV/Aids para a população. Além de fortalecer o trabalho do Centro de Testagem e Acolhimento (CTA). Com essas medidas o município obteve esse importante selo concedido pelo Ministério da Saúde”.
Critérios para Certificação
Para obter a certificação ou qualquer um dos selos de boas práticas, os municípios devem cumprir critérios rigorosos. Isso inclui a implementação de comitês de investigação para prevenção da transmissão vertical de HIV e/ou sífilis, bem como a criação de grupos técnicos ou comitês de prevenção de mortalidade materna, infantil e fetal. Essas equipes são responsáveis por investigar casos de transmissão vertical e subsidiar intervenções para redução desses agravos durante o pré-natal, parto e puerpério, seguindo protocolos de investigação.
Além disso, medidas preventivas apropriadas devem ser adotadas visando à eliminação da transmissão vertical do HIV e/ou sífilis. Especial atenção deve ser dada a áreas com maior vulnerabilidade social e individual, como regiões com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e baixa cobertura de serviços, conforme os protocolos locais e/ou nacionais.
Insumos para prevenção e disponibilização de testes rápidos para detecção precoce disponibilizados.
Cenário
Em 2023, Lages registrou 99 novos casos de HIV entre janeiro e novembro, com 63% afetando homens e 36% mulheres, predominantemente na faixa etária de 20 a 39 anos. Dados do DataSus revelam que no ano anterior foram registradas 52 internações por HIV, e cinco óbitos, ressaltando a urgência de ações preventivas e educacionais.
Texto: Thiago Junkes