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Saúde reforça cuidados para evitar doenças respiratórias no inverno
04/07/2018
crianças de seis meses a menores de cinco anos, que receberam apenas a primeira dose durante a campanha deste ano, deverão comparecer nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e na Central de Vacinação com

Mesmo quem fez a vacina da gripe não pode se descuidar. É necessário manter a etiqueta da tosse, lavar as mãos com água e sabão e usar álcool gel

Gripes e resfriados são doenças respiratórias muito frequentes no inverno. Se não é possível controlar as mudanças climáticas, nem mesmo evitar o contato com os vírus e bactérias que circulam livremente no ar, é necessário redobrar os cuidados de prevenção. A Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Lages, durante a campanha de vacinação contra a gripe (à qual estão incluídos três tipos de vírus - H1N1, H3N2 e Influenza B), realizada entre os dias 23 de abril e 8 de junho, imunizou cerca de 80% das pessoas que compõem os grupos prioritários.

De acordo com a coordenadora da Vigilância, Sumaya Pucci, crianças de seis meses a menores de cinco anos, que receberam apenas a primeira dose durante a campanha deste ano, deverão comparecer nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e na Central de Vacinação com a carteira de vacinação, para receber a segunda dose.

Em Lages, de acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica Estadual (Dive/SC), neste ano foi registrado até o momento um único caso de Influenza A (H3N2), através da análise do Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen/SC). A análise e confirmação dos casos são de pacientes internados que atendam a definição de caso de Síndrome Respiratória Aguda grave (SRAG), definido como indivíduo de qualquer idade, internado com Síndrome Gripal, e que apresente dispneia ou saturação de O2 < 95% ou desconforto respiratório.

Pacientes que apresentem esse quadro, tanto em hospitais públicos quanto privados, devem ser notificados e a amostra deve ser encaminhada para o Lacen. Quanto aos casos de Síndrome Gripal, o paciente precisa ser atendido em Unidade de Saúde (pública ou privada) para avaliação médica e, caso não haja indicação de internação, não deve ser feita a notificação e nem a coleta de amostras para exame pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina.

O médico Fernando Steffen Antunes, pediatra da Policlínica Municipal, explica que mesmo as pessoas que foram imunizadas devem manter cuidados, como evitar ambientes fechados, fazer a higienização constante das mãos com álcool gel, manter a etiqueta da tosse e ingerir líquido constantemente. “Mesmo porque a vacina protege somente contra três tipos de vírus, mas existem muitos outros sorotipos que ela não protege. Portanto, o cuidado deve ser o mesmo tanto para quem recebeu a vacina, quanto para quem não recebeu”, adverte o médico Fernando. Segundo ele, a diferença é que a vacina tem o objetivo de imunizar aqueles que correm mais riscos de complicações, como gestantes, crianças e idosos. Já as demais pessoas que não compõem o grupo possuem menos probabilidades de ter complicações por quadros virais.

O médico explica que, “como todo vírus tem um ciclo, o tratamento dependerá do quadro sintomático. Se o paciente apresentar dificuldades respiratórias, febre de difícil controle ou desidratação, ele deverá ser encaminhado para atendimento hospitalar e averiguação”. Destaca ainda que fatores como o sistema imunológico, hábitos de vida, higiene e a ventilação dos ambientes influenciam o contágio e a propagação do vírus. “Quando surgiram os primeiros casos de gripe as pessoas tomavam mais cuidados como proteger a tosse com o antebraço e que agora foram esquecidos, como higienização das mãos com água, sabão e álcool gel. É uma questão de bons hábitos e que não podem ser abandonados. É uma responsabilidade de cada um”, alerta.

Secretaria Odila vai às escolas para tranquilizar pais e alunos

Nesta quarta-feira (4 de julho), a secretária de Saúde de Lages, Odila Waldrich, visitou duas escolas da rede particular de ensino do município, com o propósito de esclarecer eventuais dúvidas dos gestores das unidades. “Queremos tranquilizar a todos, pois estamos atentos aos casos de gripe que são muito comuns neste período, mas não existe epidemia de nenhum vírus da gripe na nossa cidade”, afirmou Odila durante a conversa com o diretor geral do Colégio Santa Rosa, Leocir Oldra. Ele falou sobre as campanhas e ações internas com os mais de 1.400 alunos para prevenir a disseminação do vírus na escola.

Com o mesmo propósito de esclarecer e tranquilizar a comunidade discente, a secretária conversou com o gestor do Colégio Bom Jesus, Márcio Batista de Souza, e com a gestora pedagógica, Samara Formolo de Souza. A unidade, que possui suporte médico, através da Unidade situada em Curitiba, realiza um acompanhamento individual dos casos relatados de gripe. “Desde março estamos enviando informativos para os alunos alertando para os cuidados contra a gripe e importância da vacinação, além do reforço de ações de limpeza e higienização”, afirmou Márcio.

Vigilância Epidemiológica adverte sobre testes rápidos imunológicos

Em relação aos testes rápidos imunocromatográficos, realizados por clínicas particulares para diagnóstico de Influenza em pacientes com quadro de Síndrome Gripal, a Diretoria da Vigilância Epidemiológica Estadual (Dive) adverte que esses casos não são notificados pelo sistema de vigilância, pois não se enquadram na definição de caso de SRAG Hospitalizado, e por isso não aparecem nos informes epidemiológicos divulgados pela Dive/SC. O teste utilizado pelo Lacen/SC, por recomendação do Ministério da Saúde (MS), adota metodologia de biologia molecular (PCR), sendo aplicado nas situações já descritas.

Em nota, a Dive explica que a rede pública de saúde não adota o uso de testes rápidos imunocromatográficos para diagnóstico de Influenza, tendo em vista sua baixa sensibilidade e especificidade, que pode gerar tanto resultados falso-positivos quanto falso-negativos. Esta conduta pode servir para a promoção do uso inadequado do antiviral específico, seja pelo uso excessivo sem necessidade, ou mesmo pelo seu não uso, ignorando a orientação do manual de manejo clínico de Influenza do Ministério da Saúde.

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