Em 2019 foram dois óbitos decorrentes da meningococcemia e dois por meningite bacteriana. A meningite meningocócica é a forma mais letal da doença
Aline Tives
Uma das doenças que mais causam apreensão, principalmente entre pais de crianças pequenas, a meningite pode se manifestar de formas mais ou menos graves, podendo levar a óbito ou ser tratada e apresentar boa recuperação do paciente. A Prefeitura de Lages, através da Vigilância Epidemiológica está atenta e acompanha todos os casos que ocorrem na cidade e tranquiliza a população. “Não há surtos da doença em Lages. Poucos casos isolados foram confirmados neste ano. Os pacientes têm apresentado melhora, seguindo orientações médicas, e o contágio é mais facilmente controlado”, enfatiza a gerente da Vigilância, Sumaya Pucci.
Em 2019 foram dois óbitos decorrentes da meningococcemia e dois por meningite bacteriana em Lages. A meningite meningocócica, a forma mais letal da doença, foi diagnosticada em uma jovem estudante de 18 anos, e recentemente uma criança de nove anos foi internada no Hospital Infantil Seara do Bem e acabou falecendo. Neste caso, a bactéria atingiu as meninges (membranas que recobrem o cérebro) e também o sangue, diagnosticada meningite do tipo C, que é a mais rara, sendo registrados apenas 0,66% casos no Brasil.
Durante este ano, quatro pessoas manifestaram a meningite viral, considerada menos grave e a mais comum. Para a gerente Sumaya, este é um número considerado baixíssimo se for levado em consideração a densidade populacional da cidade.
Nesta semana mais uma criança de quatro anos foi diagnosticada com a meningite viral. Os exames passaram por investigação da Vigilância Epidemiológica para determinar qual o tipo de meningite, a paciente recebeu tratamento adequado pelo médico e foi liberada para repousar em casa. “Nestes casos não é necessário tomar medidas como a quimioprofilaxia, que é a administração de medicamentos às pessoas que tiveram contato próximo ao paciente com objetivo de impedir o contágio da bactéria. Mas quando há esta necessidade, estamos atentos e tomamos as medidas cabíveis”, afirma.
Entenda o que é a meningite
A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal e pode ser causada por vírus, bactérias, fungos, entre outros agentes infecciosos. As meningites mais comuns são as virais e as bacterianas.
As virais são menos agressivas e os principais sintomas são parecidos com os de viroses como: febre, diarreia, dor de cabeça, náusea, vômito, além de rigidez na nuca. Os pacientes acometidos por meningites virais costumam se curar sem sequelas.
Já as bacterianas são extremamente graves e, se não forem tratadas rapidamente, podem deixar sequelas e até levar à morte. Várias bactérias podem provocar meningite. Um dos tipos mais graves é a causada pela bactéria chamada Neisseria meningitidis (meningococo). Esta bactéria é transmitida por meio das vias respiratórias, no contato com secreções, gotículas do nariz e da garganta expelidas pela fala, tosse e espirro.
Doença se manifesta em pessoas susceptíveis
A doença não tem uma faixa etária com maior incidência, podendo infectar pessoas de qualquer idade. Na população, encontramos um grande número de pessoas que tem o causador deste tipo de meningite na garganta, mesmo sem ficar doente ou apresentar sintomas. Essas pessoas são chamadas de “portadores sãos” e transmitem a bactéria para outras pessoas pelo contato próximo (moradores da mesma casa, pessoas que compartilham o quarto ou que ficam diretamente expostas às secreções) e essas pessoas podem acabar desenvolvendo a doença devido a uma série de fatores, como a imunidade baixa.
Prevenção
No caso da meningite causada pela Neisseria meningitidis (meningococo) a propagação é facilitada em ambientes fechados e/ou sem ventilação. Pessoas residentes na mesma casa, que compartilham dormitórios ou alojamento, podem se infectar. A transmissão também pode ocorrer em creches, escolas, locais em que há aglomeração de pessoas.
Por isso, algumas medidas de prevenção são importantes: manter os ambientes bem ventilados e, se possível, ensolarados, principalmente salas de aula, quartos, locais de trabalho e transporte coletivo; lavar as mãos frequentemente com água e sabão; manter rigorosa higiene com pratos, talheres, mamadeiras e chupetas; e evitar aglomerações.
Texto: Aline Tives
Fotos: Toninho Vieira