A reforma interna do prédio já está prevista, com a inserção de mais dois banheiros e recebimento de equipamentos, como ventiladores mecânicos, aparelhos para eletrocardiogramas, monitores cardíacos, desfibriladores, camas e poltronas novas
Um dos maiores desafios que a equipe técnica do Pronto Atendimento (P.A.) Municipal Tito Bianchini enfrenta é a grande demanda, atendendo toda a região serrana, com números que chegam a 48 mil atendimentos a cada semestre. Em apenas três meses de atuação da nova gestão do prefeito AntonioCerone do vice Juliano Polese, algumas mudanças já estão sendo colocadas em prática. O foco está na humanização do atendimento, com capacitação de todos os profissionais, substituição de equipamentos e reforma do prédio, que será realizada em breve.
Diariamente são atendidas entre 250 e 300 pessoas na unidade, que funciona 24horas. Ao mês totaliza-se de oito a nove mil atendimentos. “Muitas vezes nossa estrutura não comporta a demanda devido ao fluxo, que vem aumentando, mas estamos trabalhando para realizar mudanças e melhorias a fim de melhor atender”, diz a gerente do P.A., Mauren Farias dos Santos.
O Pronto Atendimento conta com uma equipe técnica composta por 60 profissionais, entre médicos de várias especialidades, enfermeiros eprofissionais de odontologia, além do corpo administrativo. Na equipe de enfermagem existe um revezamento dividido em quatro turnos, contando sempre com três médicos e três enfermeiros a cada turno.
De acordo com a gerente Mauren, uma das primeiras providências será mudar a chamada “porta de entrada”, que é o local onde os pacientes aguardam ser atendidos na triagem. A sala de espera será transferida para dentro, com intuito de que as pessoas sintam-se melhor acolhidas e assistidas enquanto esperam.
O quadro de funcionários também está mudando, com a chegada de novos profissionais que estão sendo chamados através do Concurso Público. Todos os colaboradores, inclusive, os motoristas doServiço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), passam por uma reciclagem, com cursos de capacitação focados na humanização do atendimento.
A reforma interna do prédio já está prevista, com a inserção de mais dois banheiros, reforço na limpeza da unidade e recebimento de equipamentos novos, como ventiladores mecânicos, aparelhos para eletrocardiogramas, monitores cardíacos, desfibriladores, camas e poltronas novas, entre outros.
Argentino escreve artigo parabenizando atendimento
O artigo “MuchasGracias”, publicado em jornal local nesta quinta-feira (30), foi enviado pelo argentino Eduardo Diego Pró, da cidade de Cordoba, e mostra o seu grau de satisfação e gratidão pelo ótimo atendimento prestado no Pronto Atendimento Tito Bianchini no início de março. Em viagem turística pelo Estado, precisou procurar a unidade de emergência lageana durante o seu retorno para casa, devido ao mal estar do seu filho Leonardo. Ficou tão agradecido pela receptividade e soluções rápidas perante a situação, que até mesmo tentou pagar pelo atendimento, que obviamente foi prestado gratuitamente. “Sabemos das nossas dificuldades e os ajustes necessários, mas sempre fazemos o melhor possível. Percebemos que em outros centros, e até mesmo outros países, a situação da saúde pública é ainda mais precária, o que nos deixa em um grau comparativo favorável”, comenta Mauren.
Além do turista do país vizinho, alguns lageanos também perceberam uma melhora no atendimento nos últimos meses. Marli Luz aguardava na sala de espera enquanto o filho dele estava sendo atendido. A criança chegou com dores e em menos de uma hora foi chamada. “Está mais rápido o encaminhamento. Em menos de 20 minutos, após a triagem, ele foi liberado”, destaca.
Classificação de risco prioriza casos mais graves
A chamada classificação de risco foi implantada na unidade em 2015, seguindo normas do Ministério da Saúde, e desde então vem amenizando o agravamento das condições do paciente em espera. Logo que ele chega é encaminhado imediatamente à triagem, com uma equipe de enfermagem, verificando os sinais vitais e sintomas.
Os pacientes são classificados por cores, que passam pelo vermelho em situações mais graves,com risco iminente de morte e necessidade de atendimento médico imediato, em zero minuto (casos de parada cardíaca e choque térmico), e seguem pelo laranja, que significa máxima urgência com atendimento em 15 minutos, o amarelo, quando há média urgência com atendimento em até 60 minutos e o verde, que significa pouca urgência com atendimento médico em até 120 minutos. O azul classifica como não urgência e prevê assistência em até 240 minutos.
Pacientes encaminhados pelo Corpo de Bombeiros e Samu são levados diretamente para o atendimento médico. Após passarem pela estabilização, todos os pacientes são encaminhados para o internamento na unidade hospitalar, conforme as vagas disponíveis e também a disponibilidade dos médicos com as especialidades específicas para cada caso, ou, em casos mais graves internamento na Unidade de Terapia Intensiva -UTI. “Temos esta dificuldade, pois os hospitais também estão passando pelos problemas de superlotação. Enquanto não são encaminhados, os pacientes permanecem no Pronto Atendimento, sem conseguirmos desafogar a unidade em dias com maior fluxo. Mas, mesmo permanecendo aqui, eles são monitorados o tempo todo, com a mesma atenção que teriam na unidade hospitalar”, explica Mauren.
Outro fator que contribui para um tempo de espera maior é a realização dos exames laboratoriais solicitados, ou raio X, que são encaminhados peloHospital Nossa Senhora dos Prazeres e muitas vezes demoram até quatro horas para ser entregues. “A coleta é feita rapidamente, mas precisamos esperar um retorno. Às vezes esperamos mais do que gostaríamos, mas o paciente sai daqui com os exames na mão, se necessário exame raio X e até mesmo a receita da medicação”, finaliza.